Por Cauê Amaral, músico profissional e professor, aluno da Pós-Graduação em “Performance na música popular” do Terra da Música.
É bastante comum pensarmos o Blues como o gênero musical surgido no sul dos EUA, no final do século XIX, fruto da cultura negra escravizada e discriminada da época. Um imaginário que inclui “work songs” sendo entoadas por trabalhadores no campo de algodão ou os “spirituals” entoados em cerimônias religiosas, ente outros. Na guitarra, ganharam vida grandes nomes do Blues como Robert Johnson, Muddy Waters, Jimi Hendrix, BB King e tantos outros.
No entanto, além do gênero, podemos considerar o Blues uma sonoridade, que influenciou o âmago da cultura estadunidense. Foi uma das principais fontes de gêneros musicais como o Jazz, Soul, Rock, Folk Music e grande parte da Pop Music. Podemos ouvir sua sonoridade, seja através de características harmônicas, seja através de combinações melódicas, em repertórios improváveis como o de artistas pop dançantes ou bandas de Heavy Metal.
Essa influência rompeu fronteiras geográficas, chegando a culturas de outros países, notadamente países europeus e americanos. No Brasil, além de grupos de Blues e outros gêneros originados por ele, até mesmo a Música Brasileira, seja instrumental ou canção, deixou-se influenciar pela sonoridade do Blues. É possível observar músicas ou mesmo passagens no repertório de diversos gêneros brasileiros, como Choro, a chamada MPB, estilos como o da Bossa Nova, entre outros, onde reconhecemos tal sonoridade.
A beleza da música, enquanto bem cultural, está em ser algo que se dá de forma dinâmica, que se funde e cria novas formas. No vídeo em anexo é possível perceber um breve resumo do assunto e alguns exemplos tocados de música brasileira, onde a sonoridade do blues se expande, para além do gênero.
Até a próxima!
Cauê Amaral @caueamaral.music2