Parte 2: Da Sofisticação ao Caos: Como o Jazz Expandiu Seus Limites (1950-1969).
Por Turi Collura
Os anos 1950 e 1960 foram marcados pela diversificação dos estilos jazzísticos e pelo surgimento de abordagens revolucionárias que desafiaram as convenções estabelecidas.
O COOL JAZZ E O HARD BOP (1950-1959)
O Cool Jazz surgiu como uma resposta mais sutil ao Bebop, adotando uma abordagem mais espaçosa e introspectiva. Artistas como Miles Davis, Gerry Mulligan, Chet Baker e Dave Brubeck exploraram sonoridades suaves, priorizando a melodia e o lirismo.
Já o Hard Bop, liderado por nomes como Art Blakey, Horace Silver e Sonny Rollins, trouxe de volta a energia rítmica do blues e do gospel, resultando em uma música mais visceral e intensa.
Discografia essencial:
• Birth of the Cool (Miles Davis) (1957)
• Time Out (Dave Brubeck Quartet) (1959)
• Moanin’ (Art Blakey & The Jazz Messengers) (1958)
O Modal Jazz e o Free Jazz: A Chegada do Caos (1960-1969)
No final dos anos 50, Miles Davis e John Coltrane inovaram com o Modal Jazz, que substituía a progressão harmônica rápida por uma abordagem mais espaçada e aberta, permitindo maior liberdade para a improvisação. Essa estética revolucionária culminou em álbuns icônicos como Kind of Blue (1959).
Por outro lado, o Free Jazz, liderado por Ornette Coleman, Cecil Taylor e Albert Ayler, rompeu completamente com as convenções de ritmo e harmonia, enfatizando a liberdade total na improvisação. Esse movimento trouxe uma abordagem caótica e visceral, desafiando as estruturas tradicionais do jazz e criando performances explosivas e imprevisíveis.
Discografia essencial:
• Kind of Blue (Miles Davis) (1959)
• A Love Supreme (John Coltrane) (1965)
• Free Jazz (Ornette Coleman) (1960)
- O jazz como espetáculo. Autor: Carlos Calado.
- O livro do jazz: de Novas Orleans ao século XXI. Autores: Joachim-Ernst Berendt, Gunther Huesman.
- História social do jazz. Autor: Eric J. Hobsbawn.
- Kind of Blue: a História da Obra Prima de Miles Davis. Autor: Ashley Kahn.
- A Love Supreme a Criação do álbum Clássico de John Coltrane. Autor: Ashley Kahn.
