Pedagogia musical: Dalcroze e a interação mente-corpo

Dalcroze pedagogia musical

Por Rosangela Lambert

Durante os séculos XIX e XX a educação musical passou por diversas modificações e recebeu contribuições de diversos autores, que desenvolveram ideias e propostas de sistematização do ensino musical, muitas delas tornando-se conhecidas e aplicadas no mundo todo em função de sua coerência e alinhamento com novos modos de pensar o ensino de música. Neste artigo falaremos sobre as valiosas propostas de Dalcroze (1865-1950), compositor e pedagogo musical, nascido em Viena, Áustria.

Aos seis anos iniciou seus estudos de piano. Em 1875 mudou-se para Genebra, Suíça, onde dois anos mais tarde foi admitido no Conservatório dessa mesma cidade. Em 1883 terminou seus estudos secundários e participou em representações teatrais como ator. De 1884 a 1890, época em que adotou o nome artístico Émile Jaques-Dalcroze (seu nome original era Émile Henri Jaques), realizou viagens para estudar ou para apresentações artísticas em Paris, Argélia e Viena.

Em 1891 retornou à Suíça e foi convidado a participar da Academia de Música de Genebra como responsável pela cadeira de História da Música. Em 1892 foi nomeado professor de Harmonia e Solfejo Superior no Conservatório de Genebra, onde deu início a seus experimentos que culminariam no seu sistema de educação musical.


Émile Jaques-Dalcroze com uma turma de jovens estudantes.

Segundo ele, os alunos recebiam um precário preparo auditivo e por isso não conseguiam identificar o som dos acordes que escreviam nas aulas. Ele acreditava que havia uma falha no método convencional de ensino: o de centrar o conhecimento na mente do aluno, quando o cérebro e o corpo são desenvolvidos paralelamente e um está constantemente a comunicar as suas impressões e sensações ao outro.

Sensível às transformações que ocorriam no campo das artes, não se conformava com a maneira mecânica e estéril com que seus alunos aprendiam música. Assim, passou a propor exercícios que fizessem com que o aprendizado passasse pela experiência corporal.

Com suas descobertas, Dalcroze abriu as portas para as inovadoras pedagogias musicais que surgiram na primeira metade do século XX. Ele desenvolveu gradualmente um método de educação musical baseado no movimento, onde o aprendizado ocorre por meio da música e pela música, através de uma escuta ativa. O grande objetivo de Dalcroze era fazer o aluno experimentar e sentir para somente depois dizer “eu sei”. Para ele, a fusão entre a música e o gesto é essencial e, em sua metodologia, propõe o rompimento da dicotomia corpo-mente. Diz ele:

Para TODOS os instrumentos. Quatro módulos progressivos que começam da base e chegam a um domínio total da harmonia tonal, modal e híbrida.
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Na época essa ideia foi desprezada pela sociedade de Genebra e Dalcroze resolveu abrir seu próprio estúdio para dar continuidade às suas experiências. Seu trabalho foi reconhecido em uma conferência internacional de educadores musicais em 1905. Nessa ocasião, um grupo de empresários montou para ele uma escola em Hellerau, na Alemanha. Com a 1ª Guerra Mundial ele deixou a Alemanha e voltou à Suíça, onde finalmente suas ideias foram compreendidas e admiradas.

Seu sistema de educação musical é conhecido como “Rythmique” (Rítmica), cujo objetivo é criar, através do ritmo, uma corrente de comunicação rápida, regular e constante entre o cérebro e o corpo, transformando o sentido rítmico numa experiência corporal, física.


Em 1915 foi fundado o Instituto Émile Jaques-Dalcroze, em Genebra, que continua sendo um importante centro de formação de professores, difundindo as ideias e propostas de seu mestre. Oferece cursos de Rítmica para pais e crianças a partir dos três anos de idade, assim como cursos de Rítmica, Solfejo e Improvisação para adultos, além de Bacharelado em Artes e Pós-Graduação em “Método Dalcroze” para instrumentistas, professores de música ou dança, pedagogos e profissionais especializados em psicomotricidade.

O método Dalcroze foi implantado no Brasil em 1937 no Conservatório Brasileiro de Música do Rio de Janeiro. Atualmente existem professores especializados em sua metodologia, entre eles, Iramar Rodrigues, brasileiro naturalizado suíço, que ministra cursos, oficinas e encontros de educação musical no Brasil.

O estudo de sua metodologia também está presente nos conteúdos programáticos e ementas das disciplinas didáticas dos currículos de Licenciatura em Música e de outras áreas, como a Dança, o Teatro e a Educação Física. Em 2008, na Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas, foi defendida a primeira tese de doutorado realizada no Brasil sobre a experiência poética da Rítmica de Dalcroze.

No próximo artigo mais um importante educador musical!

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