
O pianista Herbie Hancock e o vendedor grosseiro
Herbie Hancock, um dos maiores músicos do mundo, possui, também, um dos carros carros mais cobiçados e mais valiosos do mundo. Mais de 40 anos atrás, ele comprou um Shelby Cobra de 1963 por US $ 6.000. Hoje, ele estima que vale cerca de US $ 2 milhões. Isso graças a um vendedor pouco educado.

Em 1963, dois jovens norteamericanos, que se encontravam em lados opostos do país, estavam começando suas carreiras e se tornariam bastante famosos. Na costa oeste, Carroll Shelby apostava que seu carro esportivo pudesse ser vencedor nas corridas e nas lojas de carros especializadas. Na costa leste, o jovem músico Herbie Hancock estava empenhado em escrever músicas que o colocassem no topo da lista dos discos mais vendidos.
Naquele ano, o colega de quarto de Hancock, o trompetista Donald Byrd, lhe disse que havia um carro americano que estava batendo as Ferraris.
“Eu disse, ‘OK, eu vou descer e olhar ele'”, lembra Hancock. “Eu só queria ver como ele era.”
Vestido de jeans e sem muito requinte, Hancock entrou na concessionária de Manhattan, onde encontrou um vendedor nada amável. “Eu tinha apenas 23 anos, e o vendedor estava lá, com sua camisa branca e sua gravata. Ele nem sequer olhou para mim.” Em vão, o pianista tentou envolver o vendedor em uma conversa.
Hancock nunca tinha comprado um carro em sua vida, tendo dirigido somente um velho Dodge que o pai tinha comprado para ele na época da faculdade. Naquele período, o racismo era algo muito sentido, e o músico percebeu-se em uma condição humilhante.
“Eu comecei a ficar nervoso”, diz Hancock, “E disse ‘Eu gostaria de comprar o Shelby Cobra’. O vendedor olhou para mim e disse: ‘Você sabe quanto custa esse carro?'”.
Hancock disse: “Sim, seis mil dólares, vou trazer o dinheiro amanhã”. O vendedor não acreditou no garoto, mas o pianista acabou comprando o Shelby.
Herbie tinha acabado de ganhar um cheque de 3.500 dólares de sua gravadora, pela sua música “Watermelon man”. Deu a entrada e financiou o restante. O músico admite que provavelmente não teria comprado o carro se o vendedor não tivesse sido tão rude.