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Uma técnica para rearmonizar uma música bem conhecida

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Uma técnica para rearmonizar uma música bem conhecida

Por Turi Collura

Rearmonizar uma melodia é algo muito prazeroso, criativo, divertido.

Nesse post mostro uma técnica para realizar uma rearmonização tonal de uma melodia bem conhecida.

 

Trata-se de um trechinho “do que rola” nas aulas do Curso de Harmonia Aplicada à Música Popular. A re-harmonização é um dos assuntos que estudamos bastante, no curso, realizada por meio de várias técnicas.

 

Quero deixar claro que no curso chegamos a esse resultado depois de um percurso de estudo bastante articulado, isto é, aprendemos tudo passo a passo, bem do começo, de forma rápida e sólida ao mesmo tempo.

 

Uma aluna definiu isso assim: “do simples ao sofisticado em um piscar de olhos e sem complicações”. Gostei da definição e a tomei emprestada.

 

Bom, sem mais delongas, vamos aos conteúdos que quero compartilhar.

 

No vídeo a seguir mostro como rearmonizar uma melodia utilizando as ferramentas harmônicas que estudamos nas aulas anteriores:

 

– Movimentos harmônicos de segunda, terça e quinta;

 

– Clichês V-I e II-V-I (primários e secundários);

Acordes interpolados.

 

A música que escolhemos para rearmonizar é Jingle bells, composta por uma melodia simples (a simplicidade, às vezes, pode constituir uma dificuldade para fazermos uma rearmonização).

Afinal se escreve rearmonizar ou re-harmonizar, rearmonização ou re-harmonização?

 

Encontramos isso escrito de várias maneiras.

 

Preste atenção à técnica utilizada aqui para rearmonizar (sim, há um “segredinho” para chegar ao resultado). Vamos lá:

 

Rearmonizando Jingle Bells

Gostou do vídeo? Espero que tenha lhe dado algumas ideias interessantes. Talvez seja interessante assisti-lo novamente, experimente fazer isso.

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Qual foi o ponto mais importante para que pudéssemos fazer essa rearmonização?

 

Certamente foi a identificação de um ponto de partida. Esse não coincidiu com o compasso inicial. De fato, começamos identificando um acorde alvo, no nosso caso o acorde de Fá do quinto compasso. A partir dele, fomos construindo a harmonia de trás para frente, através de dominantes e clichês II-V secundários que preparassem o acorde seguinte. Com isso, conseguimos harmonizar os primeiros quatro compassos.

 

Em seguida, fomos escolhendo o próximo alvo: o acorde G7 do oitavo compasso. Da mesma forma que nos primeiros quatro compassos da melodia, fomos voltando para trás, buscando os acordes que pudessem preparar o G7 (compasso 7) e, da mesma forma construímos os compassos 6 e 5.

 

Podemos concluir, então, que para harmonizar a melodia proposta colocamos em prática as ferramentas estudadas anteriormente e aplicamos a técnica que chamamos “de trás para frente”.

 

Análise funcional da rearmonização

 

No vídeo apresentei algumas opções diferentes em alguns pontos da rearmonização. A imagem a seguir contém os principais caminhos escolhidos, aqui analisados.

 

Jingle bells

(1) Já observamos que o acorde X7sus4 resulta ser uma mistura entre os acordes de subdominante e dominante. Em uma sequência como essa: Dm7 – G7sus4 – G7, o acorde 7sus4 se coloca como acorde de transição entre a Subdominante e a Dominante (observamos que, de fato, o acorde G7sus4 equivale ao acorde Dm7/G). Feita essa breve reflexão – e é bom observar minuciosamente os detalhes – vamos considerar o acorde G7sus4 do terceiro compasso como acorde com função de dominante, principalmente devido à quinta descendente entre os acordes Dm7 e G7sus4, que remete ao clichê II-V;

 

(2) Gm7 é aqui um acorde interpolado;

 

(3) A7 é uma dominante estendida que vai em direção ao acorde D7; esse último é a dominante secundária do V grau da tonalidade (dominante primária).

 

(4) Am7 é um acorde interpolado.

Rearmonizar ou re-harmonizar, rearmonização ou re-harmonização?

 

Hoje tanto faz, que a palavra esteja com a harmonia, com a música.

Até a próxima!

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Turi Collura

Turi Collura é pianista, compositor, músico profissional. Atua como professor em Cursos de Pós-Graduação, em Conservatórios e Festivais de música pelo Brasil e no exterior. Formado na Itália em Disciplinas da Música (Bolonha) e na Escola de Jazz (Milão), é Mestre pela UFES, e Pós-graduado pela mesma Instituição. Turi é Coordenador Pedagógico do Terra da Música e Professor de alguns cursos online. É autor de métodos em livros e DVD (Improvisação, Piano Bossa Nova, Rítmica e Levadas Brasileiras para Piano), alguns dos quais publicados pela Editora Irmãos Vitale e com tradução em inglês. Ativo na cena musical como solista, músico de estúdio e arranjador, tem participado da gravação/produção de diversos discos. Em 2012, seu CD autoral “Interferências” ganhou uma versão japonesa. Seu segundo CD faz uma releitura moderna de algumas composições do sambista Noel Rosa.

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