Por Turi Collura
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Em 1959, o trompetista Miles Davis lança seu disco Kind of Blue. Quando jovem, Miles participa do movimento be-bop (década de 1940), aderindo à estética da muita densidade harmônica, rítmica e melódica, das dissonâncias (o próprio termo be-bop, onomatopeico, procede da entoação de um intervalo de trítono descendente, que se torna o símbolo do movimento).
Em seguida, Miles toma distância da estética be-bop. Do disco Kind of Blue vamos ouvir aqui duas faixas. A primeira, chamada Freddie Freeloader é um blues em Si bemol, com uma estrutura de 12 compassos simples (observe na “casa 1” o acorde final de Ab7).
FREDDIE FREELOADER
ALL BLUES
Mr PC
BLUE MONK
Como escrevi no começo desse artigo, a história do jazz está tão intimamente ligada ao blues que sua relação não pode ser facilmente resumida sem cometer erros ao tentar fazê-lo. Aliás, podemos afirmar que estudar exaustivamente a relação do blues com o jazz equivale a estudar por completo a própria história do jazz!
Espero que após esse breve trajeto que evidenciou alguns momentos importantes da história do jazz, tenham conseguido visualizar como a estética do blues permeou no jazz de forma tão profunda e entender alguns aspectos, como a forma de 12 compassos.
Até jazz!