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A influência do Blues no Rock and Roll (parte I)

história do blues ao rock and roll

A influência do Blues no Rock and Roll (parte I)

Por Turi Collura

Quando pensamos no Rock and Roll, pensamos em pianos acústicos ou eletroacústicos, guitarras, sons amplificados, distorções e overdrive. Esse gênero musical incrível não teria existido sem o Blues, com suas formas de 12 compassos, com sua característica “call and response” e com as suas interessantes linhas de walking bass.

 

O Blues é uma das componentes mais influentes que deram origem ao Rock and Roll. Nascido no sul dos Estados Unidos, tendo seu berço na região do Delta do Mississippi e baseado nas canções de trabalho dos escravos africanos, o blues espalhou-se para as áreas de Chicago e Dallas. Em poucas décadas passou a inspirar lendas do Rock, tais como os Beatles, os Rolling Stones, Jimi Hendrix entre muitos outros.

 

Em seu livro “Hommes et Problèmes de Jazz”, o crítico francês André Hodeir afirma que não podemos entender a música do século XX sem entender o papel que teve o Blues em seu desenvolvimento.

 

De fato, o Blues está à base do Rock, do Rock and Roll, do Jazz, e de muitas outras coisas. Pensemos, por exemplo, na música “Os jardins da Babilônia” de Rita Lee. Podemos até imaginar Elvis Presley cantando com ela, ou o pianista Jerry Lee Lewis tocando seu acompanhamento ao piano.

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Lennon disse certa vez:

Se quiséssemos dar ao Rock and Roll outro nome, poderíamos chamá-lo de Chuck Berry.

Muitas bandas famosas de Rock and Roll foram influenciadas por artistas de Blues como Chuck Berry, Muddy Waters ou Little Richard.
O Blues e seus artistas foram significativos na inspiração dos Beatles, que tinham grande admiração por Chuck Berry e pelo que ele fez pela música.

 

Chuck Berry também influenciou os Beatles com o conteúdo lírico de suas canções. Os Beatles tocaram e gravaram várias covers de músicas de Berry como: ‘Sweet Little Sixteen’, ‘Carol’, ‘Too Much Monkey Business’, ‘Johnny B Goode’ etc.

 

(no vídeo, os Beatles tocando a música ‘Yer Blues’).

O Boogie-woogie (um tipo  de Blues tocado ao piano) com seus acompanhamentos característicos na mão esquerda e com suas frases idiomáticas, está certamente por trás do pianismo rock-and-roll de Jerry Lee Lewis.

 

Nascido em Ferriday, Louisiana, Jerry Lee Lewis demonstrou talento natural para o piano desde cedo. Apesar da pobreza, seus pais conseguiram um empréstimo para comprar um piano, hipotecando a própria casa, e depois de um ano Jerry já desenvolvera seu próprio estilo de tocar.

 

Assim como Elvis Presley, ele cresceu cantando música Gospel nas igrejas pentecostais do sul dos EUA. Em 1950, ele entrou para o Southwestern Bible Institute, no Texas, mas foi expulso por má-conduta (como por exemplo tocar versões rock and roll dos cânticos da igreja).

Para os amantes do gênero, é muito interessante o filme biográfico sobre a vida de Jerry Lee Lewis, intitulado
“Great balls of fire”. Entre outras coisas, o filme retrata um famoso “acontecimento”. Ao lado temos um trecho do filme, com a maravilhosa música que dá nome ao filme.

Clique aqui para ler a Segunda Parte do artigo.

Turi Collura

Turi Collura é pianista, compositor, músico profissional. Atua como professor em Cursos de Pós-Graduação, em Conservatórios e Festivais de música pelo Brasil e no exterior. Formado na Itália em Disciplinas da Música (Bolonha) e na Escola de Jazz (Milão), é Mestre pela UFES, e Pós-graduado pela mesma Instituição. Turi é Coordenador Pedagógico do Terra da Música e Professor de alguns cursos online. É autor de métodos em livros e DVD (Improvisação, Piano Bossa Nova, Rítmica e Levadas Brasileiras para Piano), alguns dos quais publicados pela Editora Irmãos Vitale e com tradução em inglês. Ativo na cena musical como solista, músico de estúdio e arranjador, tem participado da gravação/produção de diversos discos. Em 2012, seu CD autoral “Interferências” ganhou uma versão japonesa. Seu segundo CD faz uma releitura moderna de algumas composições do sambista Noel Rosa.

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