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Como viver de música – parte 1

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Como viver de música – parte 1

Por Michael de Souza

Um amigo, que é um bom cantor, me chamou pra tocar porque precisava de alguém com transporte e equipamento. Foi uma daquelas noites em que tudo dá certo, o som estava ótimo e o público curtindo e participando bastante. No final da apresentação, o contratante veio parabenizar o grupo pela apresentação e perguntou: vocês vivem de música?

 

O cantor foi o primeiro a dizer que “não dá pra viver de música, eu tenho o meu trabalho, isso aqui é só uma diversão”. Ele me chamou porque não tinha o equipamento e o carro para carregar. Ele trabalha com outra coisa, e eu que sou músico tinha o carro e tinha o equipamento.

 

Não dá pra viver de música? Como assim?

Existem milhares de profissões, no mundo, que não conhecemos. Conhecemos as que estão próximas, as que algum amigo exerce, etc.

As pessoas não precisam saber sempre que música é uma profissão e que é possível sustentar sua vida e sua família com ela, mas o músico ou entusiasta tem a obrigação de saber que existem muitos músicos bem sucedidos vivendo bem sem estar no mainstream.

Geralmente, quem reclama de viver de música mantém uma postura de vida que torna difícil viver de qualquer coisa.

O maior problema da profissão é que seu patrão é você mesmo. Como seu patrão ama você, ele acaba fazendo muitas concessões, acaba lhe dando muita liberdade, fazendo vista grossa para a sua preguiça, acaba não punindo os seus erros, sempre bonifica você, mesmo que você não mereça.

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Viver de música

Como consequência, você se torna um péssimo funcionário. Seu patrão (que é você mesmo), continua não fazendo nada porque ele ama muito o funcionário (que também é você mesmo).

A principal diferença entre música e outras profissões, é que geralmente você não tem um patrão nos mesmos moldes. Na música, se você não produz, não dá aulas, não grava, não estuda, não toca, etc, você não recebe. Em qualquer outro trabalho também é assim. A diferença é que tem uma pessoa pra cobrar de você. 

 

Quando nós somos o nosso chefe, acabamos fazendo vista grossa para as nossas imperfeições.

Se até agora você não conseguiu o resultado que almeja, provavelmente você está somando sempre do mesmo jeito. 2 + 2 sempre serão 4, não importa quantas vezes repetir a conta.

Se você quer um resultado diferente, comece a fazer algo diferente. Comece fazendo o que estiver ao seu alcance. Se você trabalha como sideman, tire o repertório mesmo que ainda não tenha show. Se você trabalha com gravação, aprimore a sua técnica, estude vários estilos, aprimore seu timbre (conhecendo melhor o seu equipamento). Se você dá aulas, prepare o conteúdo, escreva, melhore o cronograma das aulas, etc.

Tem gente que vive muito bem de música! Qual é a diferença entre essas pessoas e você? Talento?

Talvez, mas é pouco provável, que a diferença seja essa. Conhecemos pessoas excepcionais, músicos excepcionais, que não tiveram sucesso. Todos temos vizinhos, amigos, primos e colegas com talentos enormes, mas que não conseguem se estabelecer fazendo o que amam fazer.

Viver de música: geralmente, o maior problema é a postura!

Você não vai deixar um advogado defender uma causa se ele não se preparar, mas muitas vezes, vai tocar extremamente despreparado. Você não vai deixar um médico operar você com o bisturi enferrujado, mas às vezes vai tocar com o equipamento extremamente ruim. Se você fechar as portas que vão se abrindo fazendo um trabalho ruim (eu não falo sobre talento, estou falando de postura), vai ficar cada vez mais difícil receber novas oportunidades.

 

Quem tem a obrigação de cobrar a sua assiduidade, o seu compromisso com horário, o seu preparo é você. Não vai ter ninguém para fazer por você, mas sempre vai ter alguém para reparar se você fizer errado.

 

Quer ter muitos trabalhos, mas nos poucos trabalhos que aparecem, chega meia hora atrasado e não tira o repertório. Isso é certeza de fracasso!

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Michael de Souza

Michael de Souza é guitarrista, violonista, produtor musical, professor do Terra da música e coordenador pedagógico e sócio do Instituto Musical Souza e Muzir. Com mais de 20 anos de experiência, Começou a estudar música aos 8 anos no salesiano em Belo Horizonte e logo integrou o coral curumim que acompanhava o cantor Milton Nascimento em turnês pelo Brasil. Aos 9 anos descobriu o violão e aos 12 já dava as suas primeiras aulas para amigos e vizinhos. Estudou teoria musical e violino a partir dos 13 anos e integrou a orquestra jovem da Vale (projeto vale música) e já trabalhava como musico de bandas de baile. Aos 21 montou o Instituto Musical Souza e Muzir (Instituto Musical Jacaraipe na época), escola com uma metodologia de ensino pensada para o aluno, estabelecendo conceitos teóricos de maneira pratica e desmistificando o aprendizado. O instituto hoje é mais do que uma escola de musica, é um espaço de valorização da criatividade e da arte. Michael acompanhou varias bandas e artista capixabas e nacionais, como o cantor Zé Geraldo.

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