Os pedais do piano: suas funções e características

Os pedais do piano: suas funções e características

Por Carolina Saccomano.

Os Pedais do Piano: suas funções e características.
Usar os pedais do piano é muito mais que simplesmente “apertar com o pé”. É preciso saber
ouvir e entender o momento para usar os pedais, bem como é preciso criar uma coordenação motora para seu uso.
Numa simples pesquisa pela web, você encontrará dicas e sugestões de como usar os pedais e suas funções básicas. Mas aqui quero apresentar reais motivos para que você saiba exatamente a hora certa de acionar “o pedal da embreagem”, “acelerar” e “frear” sem solavancos!

Vamos entender o mecanismo!
Quando o pianista toca uma tecla, o martelinho é acionado batendo as cordas (cada tecla possui de uma a três cordas, dependendo do registro do piano). A corda é percutida e
sua vibração produz o som. Quando o pianista deixa de tocar a tecla, um amortecedor é
acionado e a corda para de vibrar. Isso só não acontece com as duas últimas oitavas do
piano, pois as cordas daquela região não possuem o amortecedor. Então, para essas teclas existe uma natural reverberação da frequência por serem as cordas mais agudas do piano.

Desde sua “invenção”, que aconteceu no final do Século XVII, o piano passou por inúmeras modificações estruturais. Naquela versão não havia ainda os pedais. Eles surgiram posteriormente. Nas experimentações sobre o instrumento, no início do século XIX houve modelos com até 8 pedais com efeitos diferentes. O século terminou mostrando modelos com apenas com 2 pedais. Nesse período também surgiram escolas de pedais como as vienenses e a inglesas. Atualmente, usamos 3 pedais nos pianos. Contudo, dos 3 tipos de pedais, apenas dois são iguais entre os pianos de cauda e vertical, ou seja, há um terceiro pedal diferente entre eles.

Os pedais no piano vertical:

Vamos conhecer os nomes e as funções de cada pedal.

Pedal de ressonância ou sustentação (sustain):
Esse pedal está ao lado direito e surgiu da necessidade de tocar interpretando o legato.
De acordo com Louis Köhler (1820-1886), o pedal é acionado depois de tocar a tecla levantando o pedal no momento em que se toca a tecla seguinte. O pedal não deve coincidir com a tecla tocada. Essa técnica se chama pedal a contratempo. Aqui merece destacar o cuidado ao utilizar o pedal de maneira correta, para não comprometer a frase musical, por isso a necessidade de ouvir e entender o trecho a ser executado.
Um efeito secundário causado pelo pedal de ressonância é que as notas não tocadas estão
sem seus amortecedores acionados, sofrendo o efeito da vibração, destacando os
harmônicos. Para esse efeito é necessário um uso mais prolongado do pedal, que foi muito
utilizado pelos compositores do Romantismo como Chopin, Liszt e Schumann. Um exemplo
da utilização do pedal está na obra Prelúdio, Coral e Fuga de César Franck onde há
notas-pedal sustentadas pelo pedal de ressonância.

Pedal una corda:
Esse pedal está ao lado esquerdo e sua função é exatamente o que seu nome sugere:
tocar apenas uma corda. Cada tecla do piano toca três cordas (o número pode
diminuir para duas ou uma, conforme o registro; por exemplo as mais graves contém uma
corda e são revestidas por um fio de cobre), ao tocar uma tecla, o martelinho do piano
bate em três cordas ao mesmo tempo. Quando acionamos o pedal una corda, o
mecanismo do piano desloca o martelo batendo em apenas uma das três cordas. Nos
pianos de cauda o mecanismo descola os martelos para a direita, nos pianos verticais os
martelinhos se aproximam das cordas para uma diminuição do ataque. O resultado é um
menor volume da nota, alterando o timbre e mudando os harmônicos. Um exemplo da
utilização do pedal una corda está na obra Impromptu op. 90 nº 3 de Schubert onde se
busca a homogeneidade entre as notas (no vídeo a seguir podemos observar aos 13´50”).

Pedal sostenuto, tonal (piano de cauda):
Esse pedal se encontra no meio do piano de cauda e sua função é deixar soar livre o som
da tecla ou teclas no momento em que o pedal é acionado enquanto outras teclas estão
sendo tocadas posteriormente. Em outras palavras, prolonga-se o som das notas que não
podem ser ligadas com os dedos. Resumindo ainda mais, seria como utilizar o pedal de
ressonância apenas nas teclas acionadas. Esse pedal é pouco utilizado pela maioria dos
pianistas por não fazer parte dos pedais dos pianos verticais ou elétricos. Por isso, essa
dinâmica ainda é um território pouco explorado.

Pedal abafador, ou surdina (piano vertical): Esse pedal se encontra no meio e sua função é abafar o ataque dos martelinhos nas cordas. Um exemplo da utilização desse pedal é quando pianistas estudam exaustivamente trechos repetidos de uma obra, ou para não incomodar com o volume do instrumento. Para que o abafador fique fixo enquanto se toca, o pedal é preso por uma trava.

Ainda sobre o pedal de sustentação:
Existem diversas técnicas de se usar o pedal de ressonância do piano, mas destacamos três que se utilizam com mais frequência em pianos de cauda, verticais e elétricos:
1. Simultânea: Tocar a tecla e o pedal ao mesmo tempo;
2. Sucessiva: Tocar a tecla e em seguida o pedal;
3. Antecipada: Tocar o pedal em seguida a tecla.
A técnica sucessiva, ou “Pedal a Contratempo”, é a mais utilizada por causar o efeito legato preenchendo o espaço sonoro, ou seja, o vazio entre a execução das notas. 

É imprescindível saber o momento certo entre tecla e pedal para não causar imprecisão na sonoridade. Por isso, usar o pedal requer um ouvido atento, observar o momento certo de pressionar e compreender o efeito que se deseja.

Algumas indicações de métodos para o estudo dos pedais:
– 20 Estudos Progressivos do Pedal, Op24. Hannah Smith. Ed. Irmãos Vitale
– 40 Estudos de Pedal. Ludvig Schytte. Ed. Irmãos Vitale
– Material para o Estudo dos Pedais do Piano. Albino Gorno. Ed. L. G. Miranda

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