De Bach a Djavan. Quase quatro séculos de sistema tonal Parte 1

Bach-a-Djavan

 Por Turi Collura

Com esse post começamos algumas reflexões sobre as mudanças estéticas e compositivas que se desenvolveram, ao longo dos últimos  séculos, na música ocidental e no sistema tonal.

O que ficou igual? O que mudou?
Mais especificamente, vamos abordar, ao longo de três publicações, alguns assuntos interessantes para os músicos que se dedicam ao estudo da harmonia, da improvisação e da composição, analisando:

A pergunta inicial que nos colocamos é: “No que diz respeito à harmonia e à melodia, o que mudou, de Bach para cá?”

O século XVII foi um período de grandes avanços para a humanidade. Na ausência de distrações como o Netflix, o X-Box ou o Guitar Hero, grandes personagens levavam a sério a evolução da humanidade. Isaac Newton idealizava as leis de reflexão e refração da luz; Galileo Galilei colocava as bases da astronomia moderna; René Descartes inventava a geometria analítica, colocava as bases do raciocínio matemático e da lógica dedutiva; o matemático John Napier propunha publicamente o método de cálculo dos logaritmos enquanto um banco sueco emitia as primeiras cédulas de dinheiro da história.

bach

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Foi então que o teórico, compositor e organista Andreas Werckmeister, aplicando à música os progressos da matemática, ofereceu ao mundo a afinação temperada, que permitiu se estabelecesse, definitivamente, o sistema tonal assim como o conhecemos e utilizamos hoje em dia.

Desde então, com a exclusão de alguns fenômenos sonoros como o assim chamado Funk carioca ou manifestações acústicas parecidas, ao homem foi possível compor música seguindo encadeamentos de acordes que hoje reconhecemos como familiares.

Sequências harmônicas como, por exemplo:
Cm7 – F7 – Bb – Eb – Aø7 – D7 – Gm
fazem parte de uma extensa cultura musical, de Bach a Ivan Lins. No específico, Bach utiliza a sequência citada acima no prelúdio da Suite Inglesa n. 3. Encontramos a mesma sequência na música Autumn Leaves (Joseph Kosma). Bastam pequenas variações para que possamos encontrar algo bem próximo na música Flor de Liz (Djavan) ou em Fly me to the moon (aquela música que nos faz lembrar Frank Sinatra) entre muitas, muitas outras.

Vejamos o trecho inicial da Suite Inglesa n. 3 de J. S. Bach:

bach suite
Podemos confrontar a sequência de Bach com a mais recente canção Autumn Leaves:
Autumn-Leaves-trecho

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Podemos dizer que desde a época Barroca, a cultura ocidental fundamenta a música tonal nas mesmas “regras”, brevemente resumidas em alguns pontos chave:

– A centralidade de uma tônica;
– A existência de três funções tonais (tônica, dominante e subdominante) que se sucedem criando uma alternância entre movimento e equilíbrio, entre tensão e resolução;
– Clichês harmônicos por quintas descendentes relacionados à sequência IV-VII-III-VI-II-V-I ou partes dela.
– O trítono surge como “o dono do pedaço”.
Vejamos a seguir uma pequena análise harmônica do Prelúdio n.2 de J.S. Bach, do “Cravo bem temperado”
– Vol. 2, observando o encadeamento de seus acordes:

Observamos agora a harmonia de uma composição jazzística do pianista Bill Evans intitulada “We will meet again”. Nesse vídeo tento utilizar o estilo do compositor ao harmonizar suas melodias ao piano.
Vejamos mais uma composição de J.S. Bach, do primeiro livro do “Cravo Bem Temperado”, observando a similaridade com a harmonia utilizada por Bill Evans:

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Esses pequenos exemplos despertam a seguinte consideração: desde o século XVII utilizamos as mesmas regras tonais para nossa música. Encadeamentos harmônicos como II-V-I, I-VI-II-V ou o uso de dominantes secundárias, acordes diminutos e outros recursos do sistema tonal são os mesmos, desde o século XVII até os nossos dias. Nessa primeira parte do estudo vimos o que ficou igual ao longo desse período.

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